domingo, 4 de agosto de 2013

METADE DA TEMPORADA

 Na metate da temporada, já podemos ter uma idéia da situação geral atual dos pilotos e as das equipes.  Faltando pouco mais de uma semana para o retorno da grelha, pilotos e equipes já estão a a pensar nos preparos para os treinos do próximo GP que será realizado em Indianápolis, mais um circuito bastante tradicional, que além do mais, está celebrando 100 anos de história.
Marc Marquez
Marc Marquez, que vem impressionando desde sua estréia, é um dos mais motivados para este GP e inegavelmente é o rider considerado o maior favorito entre os que encabeçam na lista da tabela dos resultados.  Este espanhol de apenas 20 anos a cada corrida vem quebrando  recordes que há muito não acontecia e, já na metade da temporada apresenta resultados bastante expressivos para um novato.  Quem acompanhou sua trajetória, pôde observar que realmente esse garoto já anunciava um futuro super promissor, principalmente quando ele passou pela Moto2, onde os motores das motos são preparados por uma empresa em Aragon, Espanha, lacrados e sorteados para as equipes da categoria.  São, basicamente, os motores que equipam as motocicletas CBR600RR e, claro, fornecidos pela Honda.  As equipes ficam limitadas à eletrônica, chassis e outras "manhas", e, naturalmente, ao talento dos pilotos, que é o caso de Marquez.  Eu mesmo assisti a duas corridas dele na Moto2 quando, largando em último, ou dos boxes, venceu.  Incrível performance.
Logo, o que todos esperavam deste garoto na categoria principal, ele cumpriu e está cumprindo: 3 poles, 3 vitórias , 2 segundos lugares, 3 terceiros (pódio na primeira corrida), totalizando 8 pódios.  E, de quebra, 6 voltas mais rápidas.  Curioso que em circuitos que ele nunca havia corrido antes como o de Austin e o de Laguna Seca, foi o vencedor.  O que esperar dele durante a segunda metate da temporada?  Pode acreditar mais bons resultados virão desse jovem que está revolucionando até pela maneira agressiva como pilota sua RC213V.

Jorge Lorenzo
Mas não é só de Marc Marquez que vive a grelha da MotoGP.  O atual campeão Jorge Lorenzo,  que venceu a corrida inaugural de 2013 com folga e considerado por muitos o piloto mais completo do momento, sofreu uma séria queda durante o primeiro dia de treinos livres do sétimo GP da temporada, o de Assen, na Holanda, fraturando a clavícola esquerda em três partes, quando defendia seu tempo, melhor na primeira secção.  Azar, ou sorte (poderia ter sido mais grave), tal ocorrência embassou um pouco sua disputa pelo título.  Fantasticamente, contrariando o que se esperava e foi sugerido..., o "homem de aço" (como foi apelidado) retornou no dia da corrida numa quase milagrosa pseudo-recuperaçao, largando na décima segunda posição (computado seu tempo antes da queda)  no grid e oitavo no warm up, terminando heroicamente e com muitas dores, em quinto lugar, rendendo-lhe ainda onze preciosos pontos no campeonato.  Foi bastante ovacionado pelo público ao cruzar a linha de chegada como se fosse o vencedor e bastante aplaudido pela sua equipe ao chegar aos boxes.  Na verdade nenhum piloto deu moleza para ele durante a corrida onde o mesmo duelou por posições.  Um determinado comentarista até brincou dizendo que se ele chegasse ao pódio, poderiam parar o capeonato e dar-lhe o título.  Divertido comentário.  Vejam só:  quando tudo para o Lorenzo parecia se normalizar, 15 dias depois, nos treinos livres do seguinte GP, na Alemanha, ele sofreu outra queda, dramaticamente afetando a mesma clavícola, quando era o mais rápido na seção.  Desta vez ele teve que jogar a toalha, tendo que ficar de molho para uma revisão dos parafusos que já havia sido colocado por ocasião da primeira queda.  Assistiu à corrida em casa pela televisão e claro, "secando" alguns adversários que não é necessário dizer quais...  retornando então no GP de Laguna Seca onde cruzou a linha de chegada em 6°.  Ainda assim uma brava atuação neste difícil circuito.  Retorna em Indianápolis, digamos, já totalmente sarado e vocês podem acreditar, será difícil segurar essa fera, ferida, sarada e super motivada.

Dani Pedrosa
Se o campeonato pudesse ser vencido por merecimento, na minha opinião, o seria para Dani Pedrosa.  Esse pequeno grande rider, dotado de um estilo de pilotagem suave e agressivo quando necessário, já está na categoria desde 2006.  Chegou na MotoGP como uma grande promessa, pois já havia conquistado um campeonato na categoria 125cc e dois na 250cc (que antecedia a MotoGP - substituída pela Moto2).  Não ganhou ainda nenhum título na "categoria rainha" porém já realizou muitas corridas e disputas memoráveis, dignas de um verdadeiro campeão.  Criticado por muitos por ser um homem introvertido, fechado e de poucos sorrisos.  Mas quando sorri, é verdadeiro e seus comentários nunca soam como desculpas esfarrapadas e nunca vacila em entrevistas relativas as carreras.  Alguns pilotos, passados e presentes e que não conseguem dominar suas línguas, também o criticam por ele não ainda ter conquistado um título na MotoGP, mas se analisar-mos bem, veremos que seus números superam até os determinados campeões onde tiveram campeonatos sem brilho algum, fruto de sortudas oportunidades.  Teve quase o caneco nas mãos na temporada passada, realizando a segunda parte desta de forma impecável.  Porém na primeira parte teve muitos problemas e quedas que, na contagem final, o impediram de levar o título.  Ainda assim foi considerado o campeão moral, com duas vitórias a mais que o então campeão e arqui rival Jorge Lorenzo, com quem disputou curva a curva várias corridas.  Veja e creia!  Interessante que no mesmo treino para o GP da Alemanha também fraturou a clavícola e também a esquerda e também ficou de fora deste GP, da mesma maneira que seu rival.  Neste momento liderava o campeonato.  Assim sendo, ficou ainda mais fácil (ou menos difícil) para Marquez vencer esta corrida.  Em Laguna Seca, sob fortes dores, Pedrosa conseguiu um bravo 5° lugar.  Excelente piloto e excelente acertador, recebeu muito bem Marquez quando este ingressou ao seu lado na Honda.  Já houve até ocasião que Marquez copiou seu acerto e se deu bem...Considerado o piloto que larga melhor, seja qual for sua fileira no grid, podemos esperar que este rapaz está super focado nesta temporada que, mais do que nunca ele precisa vencer ou vencer.  Pressão?  Ah isso ele está mais do que acostumado.  Meu palpite:  ele é o cara a ser batido.  Go Pedrosa go!

Valentino Rossi
Piloto com a  maior torcida de todos os tempos e, esmagadoramente, com o maior número de seguidores nas redes sociais, o simpatissíssimo e brincalhão Valentino Rossi é o maior vencedor da atualidade, detendo nada menos que nove campeonatos mundiais, sendo sete na MotoGP, um na 125cc e um na 250cc, ficando atrás apenas de seu compatriota Giacomo Agostini, que detém oito títulos na MotoGP (mais sete nas 350cc).  Veterano, na MotoGP desde 2000, saiu da Yamaha em 2010 praticamente no auge para então aceitar o desafio de correr pela equipe do seu país, a italiana Ducati, para delírio dos italianos e  dos "ducateiros".  Infelizmente a expectativa não foi correspondida e Vale, "the Doctor", como é  chamado, se  rastejou por dois anos nesta equipe que ainda hoje não está afiada a ponto de bater as Yamahas e Hondas.  Até que, no final da temporada de 2012, veio a notícia que Rossi retornaria para Yamaha - uma verdadeira explosão na mídia, fazendo com que ele então experimentasse mais um novo desafio, ou seja, será que Vale ainda teria condiçoes de vencer como antes?  Todas as revistas, jornalistas, torcidas, etc acompanhavam dia a dia os passos de Rossi, os treinos pré-temporada criando uma expectativa ainda maior e Vale absorvendo nos ombros todo este peso, dividindo as atenções com o estreante Marc Marquez.  Uns diziam que o seu tempo já havia passado e outros, assim como ele mesmo, acreditavam que sim, ele ainda teria o mesmo fôlego.  Enfim, chegou o dia dos treinos oficiais e da primeira corrida da temporada, no Qatar, onde tudo que já se tinha dito e feito seria posto em prática, à vera.  Alívio dele, da Yamaha e da sua torcida quando aconteceu uma dobradinha da Yamaha, Lorenzo em 1° e um brilhante 2° lugar de Rossi com duelos espetaculares dele com Marquez numa corrida noturna  no meio do deserto marcado por várias quedas devido a falta de grip, justamente pela fina camada de areia desértica que acamava boa parte do asfalto.  Porém, nos testes, treinos e corridas subseqüentes, Rossi não conseguia chegar realmente no topo, sempre brigando tentando econtrar um perfeito equilíbrio para sua Yamaha M1 chegar junto às demais bikes de ponta, dando margem aos seus críticos, que acreditam no fim de seu tempo, se firmarem em seus julgamentos.  Não acredito.  Rossi ficou dois anos fora da Yamaha.  Durante esse tempo Lorenzo desenvolveu para si a M1 em tudo, até no tamanho e forma, afinal de contas ele é o piloto n° 1 e Rossi retornou aceitando ser o n° 2.  Para quem não sabe, nisso existe uma sensível diferença, não pela disponibilidade de equipamento, e sim, pela possibilidade de melhores acertos.  Pegando tudo (gás do Marquez, atual campeão Lorenzo e um acertadíssimo Pedrosa) e colocando no liqüidificador, Valentino Rossi está mesmo na desvantagem.  Mas bebendo a sopa pelas beiradas, chegou a vitória, em Assem, no GP da Holanda que, mesmo com Lorenzo prejudicado pela sua condição, sua vitória foi bem recebida e para ele, foi como se tirasse o mundo de suas costas.  Mas desde este início de temporada ele tem sido humilde em reconhecer que não está no mesmo nível dos garotos...Mas de novo o meu palpite:  se até 2014 ele tiver uma Yamaha desenvolvida para ele, por ele, mais vitórias poderam vir antes de o mesmo definitivamente se aposentar.  Esse cara é o Rossi!